A influência das redes sociais na autoestima

Hoje em dia as redes sociais são muito utilizadas como forma de entretenimento, mas também de conexão e comunicação. Trocamos as ligações por mensagens no direct e o compartilhamento de memes virou uma forma de demonstrar afeto e como o outro é importante para nós, “vi esse meme e lembrei de você!”. Porém, é muito visível que o nosso tempo na frente do celular aumentou significativamente e quais são as consequências psicológicas disso?

Em 2024 já estamos nos deparando com algumas pessoas que dizem estar dando um tempo das redes, pois já sentem os efeitos negativos delas em suas vidas. Mas por que isso acontece? A verdade é que recorremos às redes para suprir uma necessidade de prazer momentâneo, mas ficamos presos por horas nos feeds e stories e, além de aumentarmos cada vez mais o nosso consumo nas redes, começamos a olhar para as nossas vidas com um olhar mais crítico.

Isso se dá porque naturalmente nos comparamos com aqueles que vemos na nossa telinha do celular e, magicamente, paramos de pensar que todos temos histórias diferentes, personalidades diferentes e contextos diversos e só vemos que a nossa vida não é tão interessante como a da atriz famosa da novela das 21h ou a nossa alimentação não é tão saudável quanto a da influencer que tem acompanhamento contínuo com uma nutri ou o meu casamento não vale tanto a pena, porque nunca fomos juntos para as Maldivas.

Mas você já percebeu que quando posta uma foto nas redes, muitas vezes tem que dedicar um tempinho para edição da imagem, escolher um filtro, apagar pessoas do fundo da foto para deixar tudo perfeito para os olhos dos outros? Porém, quando estamos vendo o conteúdo de outras pessoas temos a tendência a achar que tudo aconteceu naturalmente e sem nenhum esforço e a comparação acontece e abala a autoestima.

Na perspectiva da psicologia fenomenológica, a autoestima é vista como a experiência subjetiva de valorização do sujeito, que emerge da interação entre a pessoa e seu mundo circundante. O foco está na compreensão das experiências vividas diretamente pelo indivíduo, sem a influência de interpretações externas. Portanto, a autoestima é entendida como uma experiência única para cada pessoa, construída a partir de suas vivências, percepções e relações com o mundo ao seu redor.

Na abordagem fenomenológica, a autoestima não é apenas uma avaliação cognitiva de si mesmo, mas também uma experiência emocional e existencial que reflete a maneira como uma pessoa se sente em relação a si mesma e ao seu lugar no mundo. É influenciada por fatores como as relações interpessoais, as experiências passadas, as expectativas sociais e culturais, entre outros aspectos da vida de uma pessoa.

Sabendo de tudo isso, como podemos usar as redes de uma maneira mais saudável e que não abale a nossa percepção que temos de nós mesmos? Para isso, é preciso investir em autoconhecimento. Fique atento aos conteúdos que servem como um disparador de sentimentos como ansiedade, autodepreciação, inferioridade e distorção de imagem, por exemplo. Use as redes como uma forma de aprender coisas novas e se conectar com pessoas que façam um conteúdo realista e que seja compatível com seus verdadeiros interesses. Diminuir o tempo de tela é essencial para se dedicar às relações pessoais, além de te dar mais tempo para outras atividades e até para descansar.

As redes sociais podem ser ferramentas maravilhosas de pesquisa, entretenimento e até de trabalho, mas é preciso compreender que certos limites devem ser estabelecidos para o bem da sua saúde mental. Caso você esteja com muita dificuldade e sentindo sofrimento devido ao uso das redes, não deixe de procurar ajuda profissional. E, lembre-se, aquilo que você vê nas redes é apenas um fragmento fabricado da vida do outro, não é a realidade total da vida de uma pessoa.

Com carinho,
Beatriz.

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